A importância da auto analise

domingo, 7 de agosto de 2011

A Importância da Auto-Análise

A. W. Tozer


Pouca coisa revela tão bem o medo e a incerteza dos homens quanto o esforço que fazem para ocultar seu verdadeiro "eu" uns dos outros e até mesmo a seus próprios olhos. Quase todos os homens vivem desde a infância até a morte por trás de uma cortina semi-opaca, saindo dela apenas rapidamente quando forçados por algum choque emocional e depois voltando o mais depressa possível ao esconderijo. O resultado desta dissimulação constante é que as pessoas raramente conhecem seus próximos como realmente são e. pior ainda, o disfarce tem tanto êxito que elas nem sequer conhecem a si mesmas.

O autoconhecimento tem tal importância em nossa busca de Deus e de sua justiça, que nos encontramos sob a obrigação de fazer imediatamente aquilo que for necessário para remover o disfarce e permitir que nosso "eu" real seja conhecido. Uma das supremas tragédias em religião é o fato de nos termos em tão alta conta, enquanto a evidência aponta justamente o contrário; e nossa auto-admiração bloqueia eficazmente qualquer esforço possível para descobrir uma cura para a nossa condição. Só o indivíduo que sabe que está doente é que procura o médico.

Nosso verdadeiro estado moral e espiritual só pode ser revelado pelo Espírito e pela Palavra. A Deus pertence o juízo final do coração. Existe um sentido em que não ousamos julgar-nos uns aos outros (Mt 7:1-5) e no qual não devemos sequer tentar julgar-nos (1 Co 4:3). O julgamento final pertence Àquele cujos olhos são chama de fogo e que vê através das obras e pensamentos dos homens. Agrada-me deixar com Ele a última palavra. Existe, porém, lugar para a auto-análise e uma necessidade real de que esta seja feita (1 Co 11:31, 32).

Embora nossa autodescoberta não seja provavelmente completa e nossa auto-analise contenha elementos preconceituosos e imperfeitos, existem porém boas razões para que trabalhemos ao lado do Espírito em seu esforço positivo para situar-nos espiritualmente, a fim de podermos fazer as correções exigidas pelas circunstâncias.

É certo que Deus já nos conhece totalmente (SI 139:1-6). Resta-nos agora conhecer a nós mesmos o melhor possível. Por esta razão ofereço algumas regras para a autodescoberta; e se os resultados não forem tudo que possamos desejar, podem ser pelo menos melhores do que nada. Podemos ser conhecidos pelo seguinte:

1. O que mais desejamos. Basta ficarmos quietos, aguardando que a excitação dentro em nós se acalme, e a seguir prestar cuidadosa atenção ao tímido clamor do desejo. Pergunte ao seu coração: o que você mais desejaria ter no mundo? Rejeite a resposta convencional. Insista em obter a verdadeira, e quando a tiver ouvido saberá o tipo de pessoa que é.

2. O que mais pensamos. As necessidades da vida nos induzem a pensar em muitas coisas, mas o teste real é descobrir sobre o que pensamos voluntariamente. Nossos pensamentos irão com toda probabilidade agrupar-se ao redor do tesouro secreto do coração, e qual for ele revelará o que somos. "Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração."

3. Como usamos nosso dinheiro. Devemos ignorar de novo aqueles assuntos sobre os quais não exercemos pleno controle. Devemos pagar impostos e prover as necessidades da vida para nós e nossa família, quando a temos. Isso não passa de rotina e diz pouco a nosso respeito. Mas o dinheiro que sobrar para ser usado no que nos agrada irá contar-nos sem dúvida muita coisa sobre nós.

4. O que fazemos com as nossas horas de lazer. Grande parte de nosso tempo é usado pelas exigências da vida civilizada, mas sempre temos algum tempo livre. O que fazemos com ele é vital. A maioria das pessoas gasta esse tempo vendo televisão, ouvindo o rádio, lendo os produtos baratos da imprensa ou envolvendo-se em conversas frívolas. O que eu faço com o meu tempo revela a espécie de homem que sou.

5. A companhia de que gostamos. Existe uma lei de atração moral que chama o homem para participar da sociedade que mais se assemelha a ele. O lugar para onde vamos quando temos liberdade para ir aonde quisermos é um índice quase-infalível de nosso caráter. Quem e o que admiramos. Suspeito desde há muito tempo que a grande maioria dos cristãos evangélicos, embora mantidos mais ou menos em linha pela pressão da opinião do grupo, sentem de todo modo uma admiração ilimitada, embora secreta, pelo mundo. Podemos conhecer o verdadeiro estado de nossas mentes, examinando nossas admirações não-expressas. Israel admirou e até invejou com freqüência as nações pagãs ao seu redor, esquecendo-se assim da adoção e da glória, das leis, das alianças e das promessas e dos pais. Em vez de culpar Israel, façamos uma auto-analise.

6. Sobre o que podemos rir. Pessoa alguma que tenha qualquer consideração pela sabedoria de Deus iria argumentar que exista algo errado com o riso, desde que o humor é um componente legítimo de nossa natureza complexa. Quando nos falta o senso de humor, falhamos também nessa mesma proporção em equiparar-nos à humanidade sadia. Mas o teste que fazemos aqui não é sobre o fato de rirmos ou não, mas do que rimos. Algumas coisas ficam fora do campo do simples humor. Nenhum cristão reverente, por exemplo, acha a morte engraçada, nem o nascimento, nem o amor. Nenhum indivíduo cheio do Espírito pode rir das Escrituras, da igreja comprada por Cristo com o seu próprio sangue, da oração, da retidão, do sofrimento ou dor da humanidade. E certamente ninguém que já esteve na presença de Deus jamais poderia rir de uma história que envolvesse a divindade.

Esses são alguns dos testes. O cristão sábio encontrará outros.
 
 
do site  www.discipulosemsaopaulo.com.br

saiamos da defensiva

Saiamos da defensiva

No Reino de Deus, o modo seguro de perder alguma coisa é tentar protegê-la e o meio de conservá-la é deixar que se vá. A lei da preservação pela rendição e da perda pela defesa é revelada por nosso Senhor em sua declaração célebre, mas pouco entendida “Se alguém vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”. Mt. 16:24
Vê-se aqui a notória disparidade entre os caminhos de Deus e os dos homens. Quando o mundo larga algum bem valioso, alguém arrebata e some. O mundo tem que preservar o que é seu defendendo-o. Assim os homens escondem os tesouros do seu coração, fecham as suas possessões, protegem seu bom nome com leis contra calunia; cercam-se de estratagemas protetoras de toda a sorte e guardam as costas do país com poderosas armadas. Tudo isto está de acordo com a filosofia de Adão, que provém da sua natureza decaída e é confirmada por milhares de anos de experiência prática. Desafiá-la é provocar o escárnio da humanidade, contudo, nosso Senhor a desafiou.
Para ser específico, Cristo não condenou o mundo por defender o que lhe pertence. Voltou-se do mundo decaído e falou de outro mundo em que a filosofia de Adão é nula e onde suas técnicas são inoperantes. Falou do reino de Deus, cujas leis são exatamente opostas às do Reino do homem ( as bem aventuranças).
Muito antes de Cristo lançar os princípios espirituais que haveriam de governar o novo reino, Deus dissera pela boca do seu profeta. “Os meus pensamentos não os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos”. Is. 55:8 e Cristo disse noutro lugar “Aquilo que é elevado entre os homens, é abominação diante de Deus.” (Lc. 16:15)
Entre as leis espirituais e as leis da sociedade humana há um grande abismo. Em sua sabedoria, Deus se move na via elevada segundo os propósitos eternos; na via inferior, move-se o homem fazendo melhor que pode, improvisando e misturando as coisas sem seguir um plano definido, esperando que as coisas se acertem e quase sempre vendo frustradas as suas esperanças.
O cristão verdadeiro é filho de dois mundos. Vive ente os homens decaídos recebe deles os primeiros conceitos e se desenvolve numa decaída visão da vida, como todos os seres humanos, de Adão em diante. Ao ser regenerado e introduzido na nova criação, é chamado para viver em conformidade com as leis e princípios do novo reino, mas todo seu preparo e todo seu pensamento e valores tem sido de acordo com o velho reino. Assim, se ele não for sensato e consagrado, poderá ver-se empenhado em tentar viver a vida celestial, segundo o padrão terreno. A isto Paulo chamou a maneira carnal de viver. As questões da nova vida cristã são influenciadas pelas respostas automáticas da velha vida resultando em confusão.
...É fácil compreender porque tantos cristãos se apegam a seus tesouros, defendem as suas posses e lutam por reputação. Estão reagindo segundo o velho padrão que tinham seguido com muita naturalidade por muito tempo.
Requer a fé verdadeira começar a viver a vida do céu enquanto estamos na terra, pois isto exige que nos elevemos acima da lei da gravitação moral e nos apeguemos, no nosso viver diário, à alta sabedoria de Deus. Como esta sabedoria é contrária à sabedoria do mundo, só podemos esperar como resultado, o conflito. Todavia, este é um pequeno preço a pagar pelo inestimável privilégio de seguir a Cristo.
É necessidade vital que atendamos ao Espírito Santo e cessemos de defendermo-nos. Jamais encontrei um cristão vitorioso que estivesse na defensiva, mas não posso enumerar quantos cristãos nervosos, assustadiços e completamente infelizes já encontrei. Cristãos que queimam suas energias em vão esforços para proteger-se.
Estas pobres almas, sem alento, imaginam que há sempre alguém tentando, como eles  mesmos dizem, “lançar alguma coisa sobre eles”. O resultado é aflição, ressentimento e uma espécie de hostilidade a fogo lento para com todo aquele que tenha alguma razão para crê que está atrás de algo que possui.
Minha fervorosa admoestação para todas essas almas nervosas é que encaminhem tudo a Deus e relaxem. O cristão verdadeiro não precisa defender-se, nem defender sua possessão, sua posição, nem sua reputação. Deus cuidará de todas as coisas. Deixe que se vá os tesouros, e o Senhor lhes guardará para a vida eterna. Agarre-se a eles, e não lhes trarão nada, senão angústia e miséria até o fim de seus dias.
É melhor lançar aos quatro ventos todo pouco que temos, do que envelhecer e azedar tentando defendê-lo. É melhor sofrer a fraude, algumas vezes, do que desenvolver uma constante suspeita de que alguém está querendo enganar-nos. É melhor que a cãs seja assaltada do que passar nossos dias e noites com rifle sobre os joelhos, esperando vigilante pelo assalto. Largue-o e o manterá. Defenda-o e o perderá. Esta é a lei do Reino de Deus e esta lei se aplica a todas as almas regeneradas. Podemos permitir-nos confiar em Deus; permitir-nos não confiar nele é que não podemos.

Eliseu Moreira
(Adaptado de A. W. Tozer)
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lindo pensamento

"Se eu te adorar por medo do inferno, queima-me no inferno. Se eu te adorar pelo paraíso, exclua-me do paraíso. Mas se eu te adorar pelo que Tu és, não escondas de mim a Tua face”. (Rabia 800 D.C.